quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

1 dia depois do apagão, Brasil importou energia da Argentina

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Um dia depois do apagão que atingiu 11 estados e o DF, o Brasil importou energia da Argentina para complementar o atendimento da demanda no período de pico de consumo, informa documento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgado nesta quarta (21).
e acordo com o ONS, o intercâmbio de eletricidade ocorreu na terça-feira (20) a pedido do próprio operador e foi equivalente a 165 MW (megawatts), o que corresponde a 0,22% do total da energia consumida no país no dia (74.094 MW).

Ainda de acordo com o documento, o envio da energia ocorreu pela manhã, entre 10h23 e as 12h, e depois pela tarde, entre as 13h e 17h02.
Em nota, o ONS informou que mantém um acordo com a Compania Administradora del Mercado Mayorista Eletrico S/A (Cammesa), da Argentina, para importar energia. “O intercâmbio de energia nos dois sentidos vem sendo adotado em diversos momentos ao longo da vigência do acordo”, informou o órgão.

O expediente de importação de energia é raro. Levantamento feito pelo G1 no histórico dos boletins diários de operação do ONS não localizou nenhuma importação de energia pelo menos desde o final de 2013.
Em 2014, ocorreram ao menos 3 intercâmbios internacionais de energia, mas de exportação. No dia 26 de agosto do ano passado, houve, segundo relatório do ONS, um “atendimento à indisponibilidade em emergência” a pedido da empresa argentina Cammesa.
Já nos dias 17 e 23 de janeiro foram realizadas operações de fornecimento de energia do Brasil para a Argentina, “em caráter de emergência, devido à perda de recurso durante o período de ponta de carga daquele país”, segundo o ONS.

Dúvidas sobre capacidade de oferta
“É mais tentativa de equalizar a demanda necessária para o sistema”, avaliou o especialista em energia Ricardo Savoia, diretor da consultoria Thymos. Embora ressalve que o total importado tenha sido “pouco significativo” frente ao volume total e que ainda não se sabe as razões técnicas e pontuais que levaram o Brasil a solicitar energia ao país vizinho, ele afirma que o expediente é mais um indicativo de que o sistema está operando no limite.
“É um indício de que o ONS está se cercando de todas alternativas possíveis para que não ocorra a necessidade de novos cortes seletivos ou situações como a de segunda-feira”, completou Savoia.


Para Adriano Pires, da consultoria CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), independentes das razões técnicas para a importação, a medida aponta para problemas na capacidade de geração de energia no país.
“Estamos operando no fio da navalha. Se não estivesse faltando, não teria porque importar. Quando você está com problemas sérios de oferta, qualquer ‘megawattizinho’ (sic) é bem-vindo”, diz o analista.

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